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Genialidade sem cérebro: habilidades de aprendizado de águas-vivas surpreendem cientistas

Pesquisadores recentemente descobriram que as águas-vivas, mesmo sem um cérebro central, podem aprender com experiências passadas, assim como humanos, ratos e moscas1. Esta descoberta desafia a noção de que o aprendizado avançado requer um cérebro centralizado e lança luz sobre as raízes evolutivas do aprendizado e da memória.

Aprendizado em águas-vivas

Cientistas treinaram águas-vivas do Caribe (Tripedalia cystophora) para aprender a identificar e desviar de obstáculos1. Jan Bielecki, da Universidade de Kiel, na Alemanha, e autor principal do estudo, afirma que “o aprendizado é o desempenho máximo para os sistemas nervosos”1. Para ensinar um novo truque às águas-vivas, ele diz que “é melhor aproveitar seus comportamentos naturais, algo que faça sentido para o animal, para que ele alcance seu potencial máximo”1.

Os pesquisadores ficaram surpresos com a rapidez com que as águas-vivas aprenderam, pois o ritmo é semelhante ao de animais mais avançados1. O estudo foi publicado pela primeira vez em 22 de setembro na revista Current Biology1.

Implicações e pesquisas futuras

Como as águas-vivas se separaram do nosso ramo do reino animal há muito tempo, entender suas habilidades cognitivas pode ajudar os cientistas a traçar a evolução do aprendizado2. Ken Cheng, professor da Universidade Macquarie em Sydney, Austrália, que estuda o assunto, chamou os resultados de um avanço significativo na compreensão das origens do aprendizado2. Ele mencionou que “esta é apenas a terceira vez que o aprendizado associativo foi demonstrado de forma convincente em cnidários”, um grupo que inclui anêmonas do mar, hidras e águas-vivas2.

Em trabalhos futuros, os pesquisadores esperam identificar quais células específicas controlam a capacidade das águas-vivas de aprender com a experiência2. Essas descobertas podem fornecer informações valiosas sobre a evolução do aprendizado e a complexidade dos sistemas nervosos em diferentes espécies.

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